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segunda-feira, 14 de julho de 2008

A sociedade do “espetáculo”!


O verão chegou! As academias estão lotadas, as clínicas de estética oferecem promoções maravilhosas, incluindo tratamentos que vão desde máscaras que mais parecem saladas de frutas, até aparelhos que chegam a dar choques, para alcançarmos de forma quase milagrosa aquele bumbum durinho sem as conhecidas e temidas celulites.

O lema atual da nossa sociedade é “busque a beleza e consuma”, e desta forma o corpo se insere no mercado com capacidade de consumir e ser consumido, tentando responder à exigência maciça de permanecer jovem e belo. Os que não respondem ao modelo atual “sarado”, seios siliconados, corpos magros e esbeltos, estão fora da “sociedade do espetáculo” em que só desfilam aqueles que simulam a imagem do sucesso. Pergunta-se pra quê tantos artifícios e sacrifícios em nome da estética? O discurso quase sempre é o mesmo: “Não, não é sacrifício, eu vou ficar linda e todos vão me olhar...vale a pena!”

A mídia, as revistas de beleza estão aí e nos dizem: “É assim que seu corpo deve ser, e você é capaz!!! São Referências ditas perfeitas, que às vezes mais parecem virtuais...e são; com tanto fotoshop as pessoas ficam irreconhecíveis. Mas elas têm buscado tais transformações, não apenas com os artifícios do computador. O imperativo hoje é o ideal estético e em virtude disso, acabam causando uma verdadeira mutilação no próprio corpo, tornando-se masoquistas por obrigação. Fazem plásticas, dietas abusivas, usos de anfetaminas, maratonas de exercício físico, tudo para conseguir um único objetivo: ser aceito por pessoas com olhares exigentes, , pois, ser “feio”, é ser excluído socialmente e estar vulnerável a constrangimentos, com piadas e comentários que chegam a ser brutais. Porém, não podemos olhar este fenômeno apenas pela ótica cultural, apesar de hoje haver essa explosão do culto ao corpo.

A teoria psicanalítica nos diz o quanto isso está relacionado a questões que vem desde o nosso nascimento. Antes mesmo de chegarmos ao mundo, já somos esperados por alguém que, nos deseja e já imagina como deveríamos ser. A transmissão de desejo, feita através do cuidado, do olhar, que recebemos quando somos bebês, por aqueles que nos são referências é imprescindível para que nos tornemos sujeitos. Nossas atitudes confirmam, a necessidade que continuamos a ter em nossas vidas do reconhecimento do outro.

Querer se cuidar, estar belo, ter a admiração do outro é saudável e necessário, mas até que ponto a submissão a esse olhar passa a ser prejudicial ao sujeito? No momento em que “esquecemos” de nossos próprios desejos em função disso. O psicanalista Alfredo Jerusalinski em um de seus textos, nos diz: “As aparências ocultam o que precisamos desvelar.”

Quanto mais o sujeito se transforma em objeto, mais foge da sua implicação sobre os seus desejos, sobre aquilo que realmente quer. O mais importante é fazermos nossas escolhas levando em consideração o que internamente nos faça bem, sem permitir o “papel de marionetes” nas mãos dos diversos tratamentos e cuidados, para a busca da perfeição. Fazemos esses sacrifícios porque faz bem sermos olhadas. Como bem especificou Freud: na satisfação que se tem de olhar, ele também se colocará na posição de ser olhado.



Raquel Gomes da Silva e Roberta Santos Gondim

Psicólogas/Especialistas em Teoria Psicanalítica

terça-feira, 1 de julho de 2008

NOVA PUBLICAÇÃO

Antes de tudo gostaríamos de agradecer a participação de vocês no nosso blog, e aproveitar a oportunidade pra avisar que o próximo texto que nós escrevemos será publicado nesse domingo dia 06/07 no caderno D do diário do Pará. Espeamos que vocês continuem lendo e gostando,pois escrever essa coluna é do nosso desejo (rsrsrs)